De acordo com o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em pessoas idosas, esta é classificada como uma doença muscular caracterizada por diminuição da força e da massa muscular com idade. Em pessoas idosas, a sarcopenia constitui um fator de risco para incapacidade física geral, limitações de mobilidade, perda de independência, hospitalização.
Até aos 70 anos de idade ocorre uma redução muscular até 40%. Como consequência, há uma redução da força, que chega a ser 3 vezes maior que a perda da massa muscular.
Fatores de Risco para a Sarcopenia
Perda de força muscular
A perda da capacidade de produzir força muscular está muito para além da perda de massa muscular. Estudos indicam que a redução da força se deve a uma vida mais sedentária, característica vincada no envelhecimento. Logo, uma menor estimulação muscular, no dia a dia.
Os baixos níveis de força influenciam a funcionalidade de idosos em atividades da vida diária, como: andar, sentar e levantar de uma cadeira, subir e descer escadas, desviar-se de um obstáculo e na redução da precisão dos movimentos, etc..
Inatividade Física
A inatividade física constitui um fator de risco. A OMS recomenda uma acumulação semanal de atividade física de intensidade moderada de 150 minutos e vigorosa de 60 a 75 minutos.
Desnutrição
A desnutrição referente ao estado resultante de insuficiente ingestão ou absorção alimentar em termos de energia (calorias), proteínas e/ou micronutrientes.
Outras comorbilidades podem se associar à sarcopenia/sarcopenia severa: como a diminuição da massa óssea – osteopenia/osteoporose, à obesidade, para além das probabilidades de mortalidade e quedas de idosos.
Como combater os fatores de risco da Sarcopenia
Para mitigar este quadro descrito, o exercício físico, nomeadamente o treino de força é um coadjuvante eficiente para aumentar a força e a massa muscular, além da capacidade funcional.
Os resultados podem ser potencializados, quando ao exercício é agregado um plano alimentar, realizado por um nutricionista e que vá ao encontro de uma nutrição e suplementação adequada, envolvendo um superávit no consumo calórico e proteico.
Também estão descritos efeitos positivos na capacidade cognitiva, travando o processo de senescência, ao permitir melhorar a velocidade de processamento de informação e a atenção.
Sabemos, que a perda de força não é uniforme, há variação entre sexos e dentro do mesmo sexo, há variações interindividual. A ciência conseguiu identificar que a perda de força nos membros inferiores e superiores não se dá na mesma magnitude; que há grupos musculares que sofrem um maior declínio do que outros e que a força estática e dinâmica são diferentemente afetadas.
Assim, estas especificidades, características nesta fase da vida, sabendo que o indivíduo é um ser único, com maior suscetibilidade de ter alterações fisiológicas no seu dia a dia, implica um conhecimento sólido da metodologia de treino no envelhecimento e a montante, os critérios de identificação e avaliação.
Critérios como identificação da Sarcopenia, a avaliação da força, da massa muscular e do desempenho físico são procedimentos balizados e validados pela ciência, importantes para determinar o grau de severidade da mesma. Assim se deve iniciar um processo de intervenção para mitigar a sarcopenia recorrendo ao Exercício Físico e à Nutrição.
Exercício Físico na Terceira Idade
A prescrição do exercício deve obedecer aos princípios fundamentais do treino.
A individualização. O ser unívoco com características biológicas e psicológicas únicas.
Dos níveis iniciais. Em que patamar se situa o utente: consegue executar atividades básicas, como cuidar de si próprio? Consegue pôr em prática atividades instrumentais, como efetuar o trabalho doméstico? E atividades como viajar ou praticar desporto (o último patamar)?
Específicos. Onde há maior perda de massa muscular? Nos membros superiores ou inferiores? Que exercícios, que volume, que intensidade, que intervalo(s) prescrevemos?
Progressão, cargas (resistências). Com a duração e intensidade suficiente vão provocar processos de adaptação no organismo. Quando estas estiverem adquiridas, devemos provocar uma sobrecarga no treino, para atingir níveis de força superiores.
Com estas estratégias, está-se mais perto de alterações positivas nos sistemas muscular, neurológico, nervoso, endócrino, etc.; maior autonomia, menor risco de quedas, menor fadiga, maior densidade mineral óssea, redução da massa gorda, melhorias na memória. Em suma, Melhor Qualidade de Vida.



